Eu desde que me lembro, que gosto do Natal. Em criança ficava sentada a observar as luzes cintilantes da árvore de Natal, os meus avós montavam o presépio com todo o preceito, com musgo verde que íamos apanhar ao pinhal, com as figuras de barro que eram cuidadosamente embrulhadas em jornal para não se partirem, com prata a fazer a água dos rios e areia a fazer os caminhos, com os 3 reis magos a caminho de Belém, para visitar o meninos Jesus, que tinha nascido.
Em criança havia aquele entusiasmo de receber alguma prenda mais desejada, atualmente vivo o mesmo entusiasmo nas prendas que tenho para oferecer. Não sou a favor do consumismo desenfreado, mas gosto de surpreender os que me são mais queridos e por vezes é só perceber algo que eles gostavam de ter.
Os meus pais vivem o Natal de uma forma muito especial, a minha mãe também gosta do Natal e da magia do Natal. Com 67 anos, educadora aposentada, lidou com crianças toda a vida e ela diz que eles têm tempo de crescer e conhecer a vida real, mas enquanto crianças porque não partilhar com eles a magia do Natal.
Muitas vezes ela conta que ela acreditava no Pai Natal, porque se tinha ido a uma loja e tinha escolhido uma boneca na montra e passado umas horas essa mesma boneca lhe tinha sido oferecida pelo Pai Natal, era porque ele existia mesmo.
Ao longo dos anos fomos colecionando histórias com a Pai Natal e as suas visitas anuais. Ás vezes aparecendo na noite do 24 de Dezembro quando os netos eram mais pequenos. Outras vezes tocava o sino e deixava o saco de presentes à porta, estava com pressa e já ia atrasado. Por vezes telefonava lá para casa e a minha mãe falava com ele, ele dizia quase sempre que estava um bocadinho atrasado mas que já lá passava. Como nós até nos portamos bem, fazemos parte da lista dos meninos bons.
A minha mãe faz o Natal acontecer.
Preparando as surpresas de Natal para cada um de nós algo que combine com o nosso gosto e seja inesperado, logo a surpresa.
O Natal começa uns dias antes para planear o que precisa de comprar, o nosso Natal é sempre acompanhado de boa gastronomia, alguns doces típicos da época, sem faltar o bacalhau e peru.
Na noite de Natal é a azafama de ter tudo pronto, é um corre, corre todo o dia, até ás 0h do dia 25 de dezembro quando vem o Pai Natal.
Mesmo quando não estamos muito animados porque já não temos crianças e o Natal vivido com eles é muito mais giro, a minha mãe toca o sino e mete o barrete do Pai Natal e é a Mãe Natal que faz a distribuição dos presentes e faz a magia do Natal acontecer para todos nós.
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